Dia do Biomédico: história, atuação e cinco trajetórias de destaque
Nesta quarta-feira, 20 de novembro de 2019, comemora-se o Dia do Biomédico no Brasil, data oficial instituída pela Lei nº 11.339/2006. A escolha do dia remete à histórica vitória da categoria no Supremo Tribunal Federal, que garantiu a regulamentação da profissão no país.
Os biomédicos são profissionais de saúde essenciais no diagnóstico e tratamento de diversas doenças, atuando em conjunto com médicos e demais especialistas. Por meio de análises laboratoriais físico-químicas e microbiológicas, eles auxiliam na identificação precisa de enfermidades, contribuindo diretamente para a prevenção e o cuidado dos pacientes.
Além da atuação clínica, os biomédicos desempenham papel fundamental na pesquisa científica e fazem parte das equipes multiprofissionais que garantem a qualidade e a eficiência dos serviços de saúde no Brasil.
A profissão de biomédico no Brasil
O biomédico é o profissional responsável por investigar as causas das doenças humanas e buscar possíveis tratamentos, atuando de forma complementar aos demais profissionais da saúde. Para exercer a profissão, é necessário concluir o curso superior de Biomedicina (também conhecido como Ciências Biológicas, Modalidade Médica) em uma instituição reconhecida pelo MEC.
Desde a criação do primeiro curso, em 1966, na Escola Paulista de Medicina (atual UNIFESP), a formação em Biomedicina se expandiu por todo o país. Atualmente, mais de 300 instituições, entre universidades públicas renomadas e centros universitários privados, oferecem o curso. O bacharelado tem duração média de quatro anos e forma profissionais generalistas, que posteriormente podem se especializar em diversas habilitações.
Com efeito, a Biomedicina possui 34 áreas de habilitação reconhecidas, que vão desde análises clínicas tradicionais até campos inovadores. Entre as principais áreas de atuação para as quais um biomédico pode se habilitar, destacam-se:
- Análises Clínicas e Diagnóstico Laboratorial: realização de exames de sangue, microbiologia, parasitologia e outros testes laboratoriais para identificar doenças.
- Biologia Molecular e Genética: pesquisa de DNA/RNA, testes genéticos e estudos sobre doenças hereditárias.
- Imagem e Radiologia: atuação em técnicas de diagnóstico por imagem (ressonância magnética, tomografia e medicina nuclear) e pesquisa em tecnologia de imagens médicas.
- Reprodução Humana e Embriologia: trabalho em clínicas de fertilização in vitro, bancos de células e embriões.
- Saúde Pública e Epidemiologia: vigilância sanitária, investigação de surtos e desenvolvimento de políticas de saúde.
- Perícia Criminal: análises forenses, exames toxicológicos, DNA forense e apoio a investigações policiais.
- Acupuntura e Práticas Integrativas: atuação em terapias reconhecidas após formação complementar.
- Estética Biomédica: procedimentos estéticos faciais e corporais, incluindo escleroterapia, lasers e peelings.
Essa ampla variedade de campos ressalta a versatilidade do biomédico, que se tornou presença garantida em hospitais, laboratórios, universidades e centros de pesquisa do Brasil. Não à toa, já são mais de 50 mil biomédicos registrados no país, com milhares de novos formandos todos os anos.
Cinco biomédicos de destaque e suas trajetórias
Para celebrar este Dia do Biomédico, conheça a seguir cinco profissionais biomédicos brasileiros de diferentes áreas, cujas trajetórias exemplificam a importância e a diversidade da Biomedicina no país.
Edvaldo Carlos Brito Loureiro – Pesquisa em Medicina Tropical
Formado em Biomedicina pela Universidade Federal do Pará em 1975, o paraense Edvaldo Loureiro dedicou sua carreira à saúde pública e às pesquisas na região amazônica. Com 27 anos de atuação no Instituto Evandro Chagas (IEC), chegou a assumir a direção da instituição em 2003. Sob sua liderança, o IEC ampliou pesquisas em doenças tropicais e saúde pública. Loureiro possui pós-graduação em Microbiologia e Imunologia (UFRJ) e mestrado em agentes infecciosos (USP).
Antonio Brisolla Diuana – Educação e Gestão Acadêmica
Gaúcho, Antonio Diuana formou-se em Biomedicina na então Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) em 1968. Tornou-se professor de Fisiologia em instituições como UFF e UniRio e obteve doutorado pela UFRJ. Em 2000, assumiu a direção do Instituto Biomédico da UniRio, modernizando infraestrutura e integrando ensino e pesquisa.
Deborah Zanforlin – Inovação em Biotecnologia e Diagnóstico
A pernambucana Deborah Zanforlin desenvolveu um biossensor em formato de chip capaz de detectar múltiplos tipos de câncer a partir de uma amostra de sangue, com resultados em cerca de 15 minutos. A inovação, reconhecida pelo MIT em 2016, promete tornar exames de detecção precoce mais rápidos, acessíveis e menos invasivos.
Jaqueline Góes de Jesus – Genômica e Saúde Global
A baiana Jaqueline Góes de Jesus é referência em genômica viral. Participou do projeto ZIBRA (sequenciamento do vírus Zika) e integrou a equipe que sequenciou o primeiro genoma do novo coronavírus no Brasil em 2020, trabalho realizado em tempo recorde. Sua trajetória demonstra o papel crucial dos biomédicos na vigilância genômica e no enfrentamento de emergências sanitárias.
Roberta Bazzi – Biomedicina Estética e Bem-Estar
A Dra. Roberta Bazzi é biomédica esteta especializada em procedimentos estéticos e em escleroterapia (secagem de vasinhos). Atua em São Paulo e integra equipes multidisciplinares oferecendo aplicações faciais, laserterapia, peelings e tratamentos vasculares minimamente invasivos, promovendo saúde, autoestima e qualidade de vida.
No Dia do Biomédico, celebramos não apenas a profissão, mas também a paixão e o compromisso de cada biomédico em fazer a diferença. Seja nos laboratórios, hospitais, universidades ou clínicas, esses profissionais vêm moldando o futuro da saúde com dedicação, ética e competência.
Os exemplos de Edvaldo, Diuana, Deborah, Jaqueline e Roberta, entre tantos outros, mostram a diversidade de caminhos que a Biomedicina oferece e o impacto positivo que cada biomédico pode alcançar na sociedade. Hoje, rendemos homenagem a todos eles: pesquisadores, professores, clínicos e especialistas que, com conhecimento científico e humanismo, salvam vidas, promovem bem-estar e honram a ciência brasileira.